domingo, 11 de janeiro de 2015

Nomeados # Birdman (Um grande filme)




Domingo é muitas vezes dia de cinema e não há muitos programas para mim, melhores do que este. Ver um filme no grande ecrã, torna tudo diferente, mais absorvente, mais impactante, mais marcante e por isso, embora não consiga ir as vezes que gostava, opto por manter vivo este meu interesse, com idas (semi)frequentes às salas de cinema. 

Todo o buzz à volta dos nomeados aos grandes prémios do cinema, levam a que o mês de Janeiro seja bastante rico em filmes que chamam a atenção. Alguns são apenas blockbusters que vivem de publicidade, outros acabam por ser flops que não se sabe bem como, mas conquistam prémios atrás de prémios mas há outros, bastantes até, que são bons, muito bons até e que marcam a história do cinema. O filme Birdman, é um deles.

Birdman conta a história de Riggan Thomson (Michael Keaton), antiga estrela de cinema devido ao papel como o super-herói Birdman. Depois de ter perdido todo o seu protagonismo e de ter sido "esquecido" pelo mundo que num tempo distante, o havia aclamado, decide criar uma peça na Broadway e reconstruir a sua carreira como actor, apesar de todas as dificuldades e problemas com que tem de lidar, sendo que por vezes a sua "voz interior" é a sua pior inimiga. Nesta jornada temos igualmente Emma Watson, que cativa pelo seu papel de filha problemática de antiga celebridade, Edward Norton, como um dos excêntricos actores da peça, assim como Naomi Watts, uma actriz que sempre sonhou em estrear uma peça na famosa Broadway.  Zach Galifianakis é o assistente/gestor que traz Riggan à realidade e que tenta manter tudo em ordem, tarefa muitas vezes impossível.

Estou curiosa com a aceitação deste filme, quer entre o público e mesmo entre os críticos e os "grandes" do mundo do cinema. Para além de ter um elenco de luxo, é uma das críticas mais inteligentes e bem elaboradas que vi nos últimos tempos. Uma crítica que não se limita à sociedade em geral, que vibra com blockbusters sem assunto e que muitas vezes não adere a obras de verdadeira qualidade e com actores com provas dadas, mas que vive de Facebook, Twitter, Instagram e da viralidade das publicações que por lá passam. Vejo este filme como uma chamada de atenção em que o próprio mundo do cinema, goza com a sua própria futilidade. A necessidade de afirmação do protagonista, a vontade de regressar ao passado, a procura incessante de fama e de afirmação, fazem com que as suas nomeaçõs a melhor actor sejam bem merecidas. Toda a realização do filme, em que a banda sonora de uma grande parte do mesmo, é feita por sons de bateria com variações de intensidade apropriadas, os planos de aproximação da câmara e o seu efeito de continuidade, tudo isto é notado, numa realização que impressionou. Aconselho e muito.


Ainda me faltam ver muitos dos filmes nomeados por isso não posso fazer previsões, mas sei que este será sempre um dos meus favoritos e espero que reconhecido nos Golden Globe Awards desta noite.

Forte, marcante e com um fim sujeito a interpretações. É disto que é feita a Sétima Arte.*



1 comentário:

Obrigada pela mensagem =)
Beijinhos