domingo, 19 de julho de 2015

Saudades #

Hoje, ter perto de nós a família, namorado e amigos, é um luxo inacessível a muitos.

Tenho a sorte de ter perto de mim, várias das pessoas que mais adoro, mas com o passar do tempo, são muitos os amigos que me habituei a ver, muito pouco frequentemente. 


Hoje é um luxo trabalharmos onde queremos viver, um luxo raro que nos obriga a viver separados por quilómetros a fio, que nos obriga a separações dolorosas e isso muitas vezes dói, para quem fica e para quem se sente obrigado a partir. 

As primeiras emoções da conquista de algo novo, são muitas vezes substituídas por uma lágrima fácil, que teima em cair. Não queremos ser egoístas, quando sabemos que está algo de bom do outro lado, para aqueles que um dia, fizeram parte do nosso presente diário. 

Ficamos felizes, ficamos de um modo sincero e desejamos-lhes o melhor, mas ficamos com o coração apertado, quando sabemos que não vão estar lá para o jantar que marcamos no final de semana, para desanuviar de uma semana intensa, que não os vamos ver nem um décimo das vezes que víamos antes e isso dói, por mais que tentemos ser fortes, por nós e por eles, quando só queríamos ter a possibilidade de continuar a fazer parte activa da vida uns dos outros e de estar lá para apoiar ou para desabafar. É por eles que na altura da despedida, quando a melancolia invade, só vamos ser capazes de sorrir e de desejar sorte e por mais que doa, cada vez que nos lembramos daquela gargalhada contagiante, ou daqueles olhares cúmplices, que só grandes amigas entendem. 

Hoje os quilómetros magoam cada vez mais, numa geração que aprendeu da pior forma que viver perto de quem ama, deixou de ser um direito.

Hoje sinto muitas vezes falta das minhas grandes amigas, espalhadas pelo país e em breve, pelo mundo fora. Custa-me muito, embora não fale muitas vezes do assunto e em dias piores, a tal lágrima ameaça voltar a cair.


... como nada posso fazer e dizem que a vida é assim, dura e imprevisível, resigno-me à ideia de as ter longe e por isso sempre que posso, torno a saudade mais pequena, e faço-me à estrada para a enganar, nem que seja por mais um dia ou dois.





De uma coisa tenho a certeza, não quero mais despedidas. Não é um adeus, é só um até já. Quero pelo menos pensar assim.
As saudades doem. Dizem que a vida não é fácil. Acho que têm razão.



1 comentário:

Obrigada pela mensagem =)
Beijinhos